domingo, 1 de junho de 2008

Helenismos


Ἀθήνα

ὁρᾷς, Ὀδυσσεῦ, τὴν θεῶν ἰσχὺν ὅση;
τούτου τίς ἄν σοι τἀνδρὸς ἢ προνούστερος
ἢ δρᾶν ἀμείνων ηὑρέθη τὰ καίρια;

Ὀδυσσεύς
ἐγὼ μὲν οὐδέν᾽ οἶδ᾽· ἐποικτίρω δέ νιν
δύστηνον ἔμπας, καίπερ ὄντα δυσμενῆ,
ὁθούνεκ᾽ ἄτῃ συγκατέζευκται κακῇ,
οὐδὲν τὸ τούτου μᾶλλον ἢ τοὐμὸν σκοπῶν·
ὁρῶ γὰρ ἡμᾶς οὐδὲν ὄντας ἄλλο πλὴν
εἴδωλ᾽ ὅσοιπερ ζῶμεν ἢ κούφην σκιάν.

Ἀθήνα
τοιαῦτα τοίνυν εἰσορῶν ὑπέρκοπον
μηδέν ποτ᾽ εἴπῃς αὐτὸς εἰς θεοὺς ἔπος,
μηδ᾽ ὄγκον ἄρῃ μηδέν᾽, εἴ τινος πλέον
ἢ χειρὶ βρίθεις ἢ μακροῦ πλούτου βάθει.
ὡς ἡμέρα κλίνει τε κἀνάγει πάλιν
ἅπαντα τἀνθρώπεια· τοὺς δὲ σώφρονας
θεοὶ φιλοῦσι καὶ στυγοῦσι τοὺς κακούς.

Atena
Vês, Ulisses, quão grande é a força dos deuses.
Já descobriste alguém mais previdente do que este homem
Ou que melhor fosse a agir oportunamente?

Ulisses
Eu não conheço nenhum. Contudo, apiedo-me
Mesmo assim, deste infeliz, ainda que seja inimigo
(Porque uma ruína maléfica em comum nos subjuga),
Não olhando mais para o que é dele que para o que é meu:
Pois vejo que nada somos mais do que
Imagens, nós que vivemos, ou sombras ligeiras.

Atena
Então, já que vês isto, arrogantemente
Nunca digas tu próprio palavras contra os deuses,
Nem tomes nenhuma pompa, se superares alguém
Ou pela força da mão ou pela grande riqueza:
Pois um dia afunda e eleva de novo
Tudo o que é humano; mas os sensatos
Os deuses amam-nos e odeiam os maus.

(Sófocles, Ajax, 118-133; tradução minha)

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