segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Same-sex mariage

Exército iraquiano reprime casamentos gay.

Momento Musical



Eu tenho por Chopin uma antipatia de estimação. Sempre que ouço algo tocado por ele, instintivamente torço o nariz. Acho-o demasiado meloso. O mais provável, obviamente, é que ele tenha sido de facto o génio que tanta gente apregoa e que a minha antipatia seja fruto de uma sensibilidade musical demasiado embotada. De qualquer modo, há certas peças de Chopin para as quais até eu consigo ser sensível. Esta é uma delas: a Polonaise nº 6 em Lá bemol maior, opus 53; aqui maravilhosamente interpretada por uma jovem Martha Argerich. E nem sei o que é mais belo: se a música se a alegria da pianista ao tocá-la...

domingo, 25 de novembro de 2007

Feliz Aniversário!

Eça de Queirós foi capaz de nos encher de orgulho pelo mais paradoxal dos motivos: o de sermos compatriotas de um homem que tanto talento teve em revelar quanta vergonha há em sermos portugueses.

Momento Musical



Shostakovich, quarteto de cordas nº 8, opus 110; allegro molto.

Em homenagem à Rússia, com a qual eu gozo das mais íntimas relações.

sábado, 24 de novembro de 2007

Prisão unissexo II

Pelos vistos, é possível que este caso seja apenas a ponta do icebergue...

Prisão unissexo

Arrested on a charge of theft, a teenage girl was locked up in an Amazon jail for weeks with 21 men who would only let her eat in return for sex.

Parece o argumento de um filme pornográfico, daqueles muito rascas. Ou então a aplicação de uma política de estrita igualdade sexual. Infelizmente, é apenas um crime.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Momento operático



Esta é a minha cena preferida da Adriana Lecouvreur de Cilea. A famosa actriz Adriana Lecouvreur rivaliza com a casadíssima Princesa de Bouillon pelo amor de Maurício. Aqui, a actriz recita um monólogo da Phèdre de Racine (Acto III, Cena III - obviamente em versão italiana) e usa-o para acusar publicamente a sua inimiga de adultério.

"Giusto cielo!
che feci in tal giorno?
già s'accinge il mio sposo
col figlio al ritorno:
testimon d'un'adultera fiamma,
ei vedrà in cospetto del padre tremar,
tremar mia viltà,
e gonfiarsi il mio petto de' vani sospir,
e tra lacrime irrise il mio ciglio languir!"
Credi tu che, curante di Teseo la fama,
di svelargli non osi l'orrendo mio dramma?
che mentire ei mi lasci al parente ed al re?
e raffreni l'immenso ribrezzo per me?
Egli invan tacerebbe!
So il turpe mio inganno,
o Enon, né compormi potrei,
come fanno...
...le audacissime impure, cui gioia é tradir,
una fronte di gelo, che mai,
mai debba arrossir!"

domingo, 18 de novembro de 2007

Mais Mozart



A fantasia em ré menor, K 397, interpretada por Friedrich Gulda.

sábado, 17 de novembro de 2007

Campismo de estado

"O número 1 do Estado líbio quer ficar instalado na tenda que irá trazer, havendo, por isso, que encontrar um espaço na cidade onde a instalar."

E que tal se fosse aqui? Tem piscinas, solário, uma sala de convívio e um campo de mini-golfe. Que mais pode um ditador africano desejar?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Desespero ou Estupidez?

"Mugabe paid witch doctor in "gas from rocks" scam."

Novamente Mozart



Mozart, Sinfonia nº 41 em dó maior, K 551, molto allegro; English Chamber Orchestra dirigida por Jeffrey Tate.

Momento Musical



Mozart, Concerto para piano e orquestra nº 20 em ré menor, K 466, allegro assai; com Friedrich Gulda ao piano e dirigindo a Filarmónica de Munique.

domingo, 11 de novembro de 2007

Declamadores e actores

O sempre insistente Sócrates interroga o rapsodo Íon sobre a sua profissão:

"Sócrates – Vá, Íon, diz-me isto e não escondas o que te vou perguntar: quando recitas bem versos épicos e impressionas extremamente os espectadores, ou quando cantas Ulisses a irromper pelo limiar da casa, revelando-se aos pretendentes e espalhando as flechas aos seus pés, ou Aquiles avançando sobre Heitor, ou algo inspirador de pena sobre Andrómaca ou sobre Hécuba ou sobre Príamo, estás tu então no teu juízo ou ficaste fora de ti, ou a tua alma, divinamente arrebatada, julga estar perante as situações que descreves, ou em Ítaca ou em Tróia, ou onde quer que seja a epopeia?

Íon – Como é evidente para mim, ó Sócrates, a prova que apresentas! Responderei sem esconder nada. Eu, quando declamo algo inspirador de pena, os olhos enchem-se-me de lágrimas; quando é algo assustador ou terrível, arrepiam-se-me os cabelos de medo e o coração salta.

Sócrates – Pois bem. Diremos nós, Íon, estar então no seu juízo aquele homem que, estando todo arranjado com roupas coloridas e coroas douradas, chora nos sacrifícios e nos festivais, sem que ninguém lhe tenha tirado estas coisas, ou que tem muito medo, estando perante vinte mil homens amistosos, sem que ninguém o venha despir ou fazer mal?

Íon – Por Zeus, é claro que não, Sócrates, para dizer a verdade!

Sócrates – Sabes então que vocês provocam o mesmo a muitos dos espectadores?

Íon – E sei-o muito bem! Vejo-os de cima do estrado, de cada vez que choram ou lançam olhares terríveis, ou ficam chocados com o que digo. Pois devo tomar muito atenção com eles, porque se os puser a chorar, eu próprio rirei ao receber o dinheiro, mas se eles rirem, eu próprio chorarei, tendo perdido o dinheiro."

(Platão, Ion, 535b1-535e6; tradução minha)

sábado, 10 de novembro de 2007

Música sacra



Mozart, Grande missa em dó menor, k. 427; Kyrie

Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrie eleison.

Se as missas dominicais fossem assim, eu estava lá caído todas as semanas...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Valsa para ursos polares



Sibelius, Concerto para violino e orquestra em ré menor, opus 47; terceiro andamento: allegro ma non tanto.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Caridade Evangélica


Christian Charity Raising Money To Feed Non-Gay Famine Victims

Outro momento beethoveniano

Beethoven, Fidelio, Acto II, "Gott! Welch Dunkel hier!"

Gott, welch Dunkel hier!
O grauenvolle Stille!
Öd' ist es um mich her;
nichts lebet außer mir.
O schwere Prüfung!
Doch gerecht ist Gottes Wille!
Ich murre nicht,
das Maß der Leiden steht bei dir.
In des Lebens Frühlingstagen
ist das Glück von mir gefloh'n.
Wahrheit wagt' ich kühn zu sagen,
und die Ketten sind mein Lohn.
Willig duld' ich alle Schmerzen,
ende schmählich meine Bahn;
süßer Trost in meinem Herzen:
meine Pflicht hab ich getan!
Und spür' ich nicht linde, sanftsäuselnde Luft?
und ist nicht mein Grab mir erhellet?
Ich seh, wie ein Engel im rosigen Duft
sich tröstend zur Seite mir stellet,
ein Engel, Leonoren, der Gattin so gleich,
der führt mich zur Freiheit ins himmlische Reich.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Momento Musical, part 3

E, para acabar em grande, o terceiro: rondo (vivace)

Momento Musical, part 2

Já agora, o segundo andamento do mesmo concerto: andante con moto.

Momento Musical



Um dos meus preferidos: o allegro moderato do concerto nº 4 para piano e orquestra em sol maior, opus 58, de Beethoven, aqui tocado por Arthur Rubinstein e não sei que orquestra.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Envelhecer

O crudelis adhuc et Veneris muneribus potens,
insperata tuae cum ueniet pluma superbiae
et, quae nunc umeris inuolitant, deciderint comae,
nunc et qui color est puniceae flore prior rosae
mutatus Ligurinum in faciem uerterit hispidam,
dices, heu, quotiens te speculo uideris alterum:
'Quae mens est hodie, cur eadem non puero fuit,
uel cur his animis incolumes non redeunt genae?'

Ó tu que és ainda poderoso pelos dons da cruel Vénus,
quando vier a barba, inesperada para a tua soberba,
e caírem os cabelos que agora esvoaçam sobre os teus ombros
e aquela cor, que agora supera em encanto a rubra rosa,
tiver mudado e alterar Ligurino para uma face enrugada,
dirás “ai de mim”, enquanto te vires diferente ao espelho,
“que memória há hoje, por que não foi a mesma em rapaz
ou por que, através destes desejos, não voltam as bochechas incólumes?"

(Horácio, Carmina, IV, X; tradução minha, embora os dois últimos versos tenham saído esquisitos...)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

"Friendly Hostility"

Um é um universitário indiano desleixado que só arranja empregos estranhos, e cuja família é mais estranha ainda. O outro é o louro filho de pais evangélicos com pretensões a tornar-se ditador de um país da América Latina (de preferência a Venezuela). Juntos protagonizam um webcomic que explora as peripécias (muitas delas incríveis) de um casal gay universitário num mundo por vezes surreal. Da autoria de K. Sandra Fuhr, que tem a invulgar virtude de conseguir escrever histórias sempre cómicas e mesmo, por vezes enternecedoras, sem, no entanto, cair na vulgaridade ou na lamechice. A descobrir aqui.