segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

sábado, 29 de dezembro de 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

My new car

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

This is what Xmas is all about


"Swearing drunk Santas frighten customers and damage property."

Best. Xmas. Song. Ever.

Não gosto do Natal, mas mesmo assim não me contenho... Se ouvirem isto, ficarão a conhecer a melhor de todas as canções de Natal.

Afinal, é mesmo preciso um Bach para me salvar desta quadra medonha.

Jauchzet, frohlocket! auf, preiset die Tage,
Rühmet, was heute der Höchste getan!
Lasset das Zagen, verbannet die Klage,
Stimmet voll Jauchzen und Fröhlichkeit an!
Dienet dem Höchsten mit herrlichen Chören,
Laßt uns den Namen des Herrschers verehren!

I wish you a sexy Xmas

sábado, 22 de dezembro de 2007

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

História de Natal III

E agora o terceiro e último capítulo da surpreendente história das Cartas do Perú dos Olivais de Acácio de Paiva.

III

Querida. Água a ferver... Uma panela

ao pé dum alguidar... tenho receio...

Fala-se em cabidela

e em perú de recheio...

Afia-se uma faca... Ó céus! Que horror!

O monco já me cai... Nunca supus...

Que é isto meu amor?

Ai Jesus! Ai Jesus!

Já tenho as pernas presas...

Tolda-se a vista... Engasgo-me... Agonizo...

Tremem-me as miudezas...

Turva-se-me o juízo...

Adeus: Recebe o último glu-glu

e os corais

do in... fe... liz

Pe... rú... dos O... li...vais

domingo, 9 de dezembro de 2007

História de Natal II

E agora o segundo fascículo das Cartas do Perú dos Olivais, de Acácio de Paiva.

II

Meu anjo... Escrevo agora na cozinha

duma senhora muito delicada,

que me tem dado esplêndida papinha

assim como a criada.

Há pouco ainda (ora imagina, filha!)

deram-me até um copo de Bucelas

que me adoçou muitíssimo as goelas

e é uma verdadeira maravilha,

mas Deus queira, Deus queira

como só bebo água lá em casa,

que não me faça mal à mioleira

e que eu não fique com um grão na asa.

Amanhã te direi o que é passado.

Recebe mil bicadas cordiais

do teu apaixonado

Perú dos Olivais

sábado, 8 de dezembro de 2007

História de Natal

Aproxima-se o Natal e a equipa editorial d'O Irrelevante, apesar de, pessoalmente, não apreciar a quadra, mais uma vez mostra a fraqueza da sua vontade e cede à pressão das massas. Associamo-nos, assim, àquelas comemorações que são comummente apresentadas como sendo as do nascimento de Jesus - isto apesar de todos saberem que, para a maioria das pessoas, o pobre carpinteiro da Palestina que dizia ser Deus e o Salvador dos homens, é a coisa em que menos pensam nesta época do ano, e, já agora, em qualquer outra. Mas nós aqui n'O Irrelevante não discriminamos ninguém, sejam cristãos ou muçulmanos, judeus ou hindus, budistas ou ateus, mormons ou cientologistas, pagãos ou simplesmente distraídos. A todos presenteamos com estes bonitos poemas natalícios, Cartas do Perú dos Olivais, da autoria de Acácio de Paiva, que serão publicados em 3 fascículos. Esperamos que gostem.

I

Adorada perua:

Há dias que, diante do patrão,

ando de rua em rua

não sei por que razão.

Como tu viste, o homem resolveu

fazermos em Lisboa a consoada,

para me divertir, suponho eu.

Porém, se adivinhasse esta estopada,

tinha-lhe dito logo que não vinha,

tanto mais, tanto mais, não vindo tu,

minha peruazinha,

por quem morre de amor o teu perú.

É para ver a terra? Não percebo,

pois mal ergo a cabeça para o ar

trabalha logo a cana do mancebo

e continuo a andar, a andar, a andar...

Às vezes lá paramos, mas estranho

também estas paragens,

porque me agarram certas personagens,

tomam-me o peso, notam-me o tamanho

e até (Deus me perdoe se ouço mal!)

discutem o valor,

como se eu fosse, amor,

uma coisa venal!

Adeus. Com isto não te enfado mais.

Havendo novidades

escrevo. Mil saudades

e beijos do

Perú dos Olivais

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mozart

Hoje é o aniversário da sua morte. Relembrá-lo-emos ouvindo-o.



Concerto para piano e orquestra nº 20, em ré menor, K. 466; romance e rondo, aqui interpretados por Maria João Pires e pela Berliner Philharmoniker, sob a direcção de Pierre Boulez

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Food for Thought

"A verdadeira pedagogia é a pedagogia da mobilização."
(M. Jorge de Carvalho)

sábado, 1 de dezembro de 2007

Ao Musicólogo amestrado



John Cage, 4'33'', para celebrar o amestramento do meu amigo Musicólogo.

Espero que gostes.

Mestre

Parabéns ao Musicólogo pelo seu mestrado. E, já agora, por ter tido a até agora inédita honra de me ter citado na sua dissertação.

Tão natural como o próprio sexo

Acreditam que eu nunca fiz sexo sem preservativo? Para mim, usar isto

é tão natural como o próprio sexo.

Já agora, não é assim que se usa:

Tesouros escondidos

Disse a funcionária que nos acompanhou na visita ao Palácio que eles tinham um serviço de pratos maravilhoso, de mais de mil peças, e que poria a um canto as peças que vieram do Hermitage. Infelizmente, não está exposta. Isto pôs-me a pensar: quantos tesouros não existirão neste país, e quantos deles não estarão lamentavelmente escondidos? Faz-nos realmente falta valorizarmos mais o nosso património, recuperar os edifícios degradados, dar novas utilizações aos espaços moribundos, mostrar o que temos de belo. Talvez isso nos ajude a recuperar a nossa auto-estime secularmente perdida.

A exposição que veio do frio

Claro que ir à Ajuda sem ver a exposição do Hermitage é como ir a Roma sem ver o Papa. Este é, aliás um ditado que nunca compreendi: já fui a Roma e posso dizer que, de todas as maravilhas da Cidade Eterna, o Papa é, sem dúvida, a menor. Mas isso deve ser por eu não ser católico. Ora, tão pouco sou ortodoxo - e deve ter sido por isso que não consegui apreciar devidamente as maravilhas que nos foram gentilmente emprestadas pelos nossos amigos russos. Eu próprio fui acompanhado por um desses amigos, há já vários anos radicado no nosso ensolarado jardim, que me ajudou a decifrar as inscrições de algumas das peças. Mas mesmo ele, que já foi muitas vezes ao próprio Hermitage, ficou um pouco desiludido. Esperava mais: não só mais peças, mas peças mais conhecidas. Na verdade, a exposição é constituída por uma infinidade de retratos, a maioria de gente para nós inteiramente desconhecida que, não obstante a sua qualidade artística, têm a monotonia repetitiva do retrato, quando não é feito com génio. Além disso, havia uma série de objectos: jóias, incluíndo as miniaturas das jóias imperiais (miniaturas minúsculas, aliás), porcelanas, e mesmo o famoso trenó de Catarina II. Em geral, demasiado império, pouca arte verdadeiramente entusiasmante. E percebe-se porquê: o objectivo era dar-nos a conhecer o Império Russo em todo o seu esplendor. Lamentavelmente (e ninguém sabe isso melhor do que os próprios russos), o esplendor do Império era tão superficial como frágil e, para nós, que somos ou socialistas ou pragmáticos liberais, esplendores destes são como má maquilhagem: bastam umas lágrimas ou umas gotinhas de chuva para as fazer esborratar por inteiro. Mas a verdade é que o século XIX na Rússia foi uma época artisticamente maravilhosa, pelo menos no que diz respeito à música e à literatura. Uma exposição vinda da Rússia teria sido talvez mais interessante se se tivesse dedicado a mostrar as artes plásticas russas dessa mesma época, de modo a ficarmos a conhecer melhor uma faceta da sua produção artística que nos é menos conhecida. Mesmo que a conclusão fosse que os seus pintores e os seus esculturores não chegam aos calcanhares dos seus escritores e compositores, ao menos teríamos aprendido alguma coisa nova. Assim, ficámos com uma exposição bonita, mas só conseguia ensinar-nos o que nós já sabíamos: que a corte russa era mesmo esplendorosa.

Reflexões palacianas

Não deixa de ser irónico: o palácio que costuma servir de palco às cerimónias protocolares da Presidência da República nunca foi acabado - por falta de fundos. Não contamos actualmente com mais do que um terço do projecto inicial e mesmo esse terço deixa bastante a desejar. Não quero dizer com isto que se trata de um palácio feio e sem encantos. Tem-nos e muitos, no seu interior, sobretudo aquelas salas que nos deixam vislumbrar as régias personagens que os habitaram, por detrás de toda a pompa. Mas é um exercício melancólico - atravessar salas e salas cheias de mobiliário e de adornos e adereços e tentar, nem que seja por um instante, reconstituir na imaginação o que tenha sido a vida daqueles que as povoaram. Ver um museu como o Museu do Palácio da Ajuda é como caminhar por uma cidade deserta: o mais que vemos é ausência. Será assim, talvez, com todos os museus e, ainda mais, com aqueles museus que procuram reconstituir a vida dos que viveram outrora. São monumentos no sentido pleno da palavra: fazem recordar os que estão ausentes. Mas na Ajuda esse sentimento parece ser ainda mais forte. É como um cemitério, mas mais húmido e menos arejado. Era preciso que, chegando um dia de Primavera, alguém abrisse aquelas janelas e deixasse entrar o sol e o ar. Era preciso que alguém, de algum modo lhe desse vida. Mas a Ajuda não é aquilo que deveria ter sido, é um mero fragmento de si.

E assim chegamos à maior ironia de todas: que o próprio palácio que serve de sede ao Ministério da Cultura se encontre num estado tão aquém daquilo que deveria ter sido. Não proponho, obviamente, que completem os projectos originais, pois isso seria uma obra faraónica e sem grande préstimo hoje em dia. Aquele palácio tem potencialidades para ser um grande foco de atracção para todos e o centro gravitacional de toda aquela zona. Merecia estar mais próximo de todos, em vez de estar perdido nos longes daquele monte. Merecia que toda a zona envolvente fosse reabilitada. Merecia que as suas salas fossem restauradas. Merecia, em suma, que os seus espaços fossem libertados para servirem, não já de habitação para a realeza, mas de local de lazer e educação de todos os cidadãos. E, claro está, como sede protocolar digna desse nome: uma cujas degradadas traseiras não nos envergonhassem.

(Esta parte até é engraçada... Mas haviam era de ver como é a parte de trás daquela parte incompleta. É de fazer inveja ao maior monte de entulho deste país...)

Homonímia

Hoje é dia da restauração.


Não desta:

mas desta: